Candidato de extrema direita Pablo Marçal surge como surpresa na disputa eleitoral paulistana. Mas sua fórmula é apenas a velha roupagem da tradição política que vem desde Mussolini e foi reproduzida por Bolsonaro: uma engenharia reversa da esquerda radical contra o "status quo" - o que demanda mais radicalismo e ousadia como antídoto, não moderação.
Artículos publicados por: Hugo Albuquerque
é publisher da Jacobin Brasil, editor da Autonomia Literária, mestre em direito pela PUC-SP, advogado e diretor do Instituto Humanidade, Direitos e Democracia (IHUDD).
A guerra de Israel em Gaza fez com que o mundo assistisse, pela primeira vez em tempo real, um genocídio ao vivo através das redes sociais. Mas a necessidade da denúncia não deve nos impedir de olhar também para a vida que permite aquele povo resistir - e é isso que narra o jornalista palestino Mohammed Omer em sua visita ao Brasil.
Falecido aos 93 anos, Silvio Santos ficou conhecido como apresentador de televisão, muito embora ele fosse principalmente um oligarca bilionário das telecomunicações, latifundiário e banqueiro. Sua atuação diz muito sobre o Brasil do século XX e dos primórdios do século XXI - e nos ajuda a entender o fenômeno do bolsonarismo.
Depois do recorde de gastos de campanha em 2020, novamente o poder econômico aparece como fator decisivo nas eleições americanas, mostrando a verdadeira face da política no país: um duelo de bilionários, interesses e corporações gigantescas, divididos em dois partidos - o que tem de ser superado urgentemente.
Elon Musk não foi o primeiro magnata americano a cobiçar nossos recursos naturais, tentar intervir em nosso processo político e ter planos mirabolantes para a Amazônia. No começo do século XX, Henry Ford tentou erguer sua utopia industrial no coração da floresta, mas foi expulso pela revolta dos trabalhadores que, além de serem ultra-explorados, eram tratados com discriminação.
O criador da série Dragon Ball, o japonês Akira Toriyama, faleceu semana passada, rendendo homenagens no mundo inteiro. Uma delas foi do Ministério das Relações Exteriores da China. Entretanto, isso se deve a questões que vão muito além de política de boa vizinhança, mas de uma inspiração e raízes em comum entre a obra dele e o marxismo chinês.
Faleceu, aos 90 anos, o célebre marxista italiano que fez jus, como poucos, à tradição comunista por nunca desconectar a produção teórica da luta revolucionária.
O aniversário de 95 anos do grande linguista e intelectual dissidente nos faz recordar sua ligação com o Brasil - com sua atitude militante generosa que enxerga o mundo com o olhar dos de baixo.