Neste dia, em 1949, o líder comunista Mao Zedong proclamou a criação da República Popular da China. O nascimento da China vermelha foi resultado direto de um acumulo de lutas que não começou, nem terminou, naquele ano - alcançando os tempos atuais com muitas lições valiosas que devem ser tiradas da sua experiência revolucionária.
Artículos publicados por: Tings Chak
é diretora de arte e pesquisadora do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social e co-fundadora do Dongsheng News. Atualmente, ela faz doutorado na Universidade Tsinghua e vive em Pequim.
Buscando as raízes da luta por reforma agrária no Brasil, encontramos as Ligas Camponesas e a personagens históricos como Alexina Crespo e Francisco Julião - estendendo um fio histórico vermelho entre nosso país e a China de Mao nos anos 1960 e como os ecos dessa cooperação continuam reverberando nos dias atuais com o MST.
A visita de João Goulart à China em 1961 inaugurou uma redobrada paranoia anticomunista e sinofóbica que serviu ao golpe de 1964. Por baixo do temor norte-americano, estava a questão da reforma agrária, sobretudo no que diz respeito à relação das Ligas Camponesas de Francisco Julião e o exemplo do maoísmo no Nordeste, cujo imaginário revolucionário foi preenchido por trocas literárias.
Na invasão de Brasília, os golpistas tinham como alvo inúmeras obras de arte, cujo significado repousa no projeto modernista do século XX - o qual trazia em seu movimento a questão nacional, social e ambiental. Nada disso é coincidência e apenas reflete o que realmente está em disputa no país.